Enquanto concorrentes optaram pela modernização do visual, o Toyota RAV4 aposta no tradicionalismo do design para se diferenciar - opção que, no passado, lhe garantiu boas vendas.
Em sua terceira geração, o desafio desse utilitário esportivo médio japonês é conseguir manter seu público em um segmento de muitas inovações e ofertas.
Se não é o mais vanguardista, o design do RAV4 não é tão antigo assim ao ponto de desagradar. A sua inteira renovação contribuiu para harmonizar o conjunto. O visual externo ficou realçado pelos faróis, grades e lanternas mais atualizados.
Além disso, ficou espaçoso e confortável por dentro. A mudança fez muito bem ao interior do Toyota, que manteve a característica de ser simples e bastante funcional.
O painel ganhou amplos mostradores que facilitam a leitura dos dados, assim como o campo de visão do motorista é agradável e de longo alcance em todas as direções. A textura do plástico e o assoalho com forração de carpete, no entanto, são as partes pobres do interior.
O espaço para as pernas ficou muito bem resolvido, principalmente para quem está no banco traseiro. Em percursos urbanos e longos, o interior garante muita comodidade.
Avaliamos o RAV4 com tração 4x2. No circuito urbano, onde o carro foi mais exigido, a motorização mostrou-se compatível com a necessidade cotidiana, que requer boa calibração de torque no para e anda.
O estepe continua na porta traseira - para alguns um modismo ultrapassado. O pneu sobressalente se mantém coberto por capa rígida de fibra na cor do veículo e só pode ser destravado e retirado com a abertura da porta traseira, o que, segundo o fabricante, aumenta a segurança contra furtos.
DESEMPENHO - O foco do RAV4 sempre foi o consumidor que busca um produto que concilie o circuito cidade-campo, justamente por ser um veículo ajustado a jovens casais.
O utilitário esportivo é equipado com motor 2.4 16V VVT-i de quatro cilindros, que gera 170 cv a 6.000 rpm, com torque de 22,8 mkgf a 4.000 rpm. A transmissão é automática de quatro velocidades com controle eletrônico Super ECT, que seleciona a marcha mais adequada baseado nas condições de inclinação, aceleração, curvas e aderência, proporcionando melhor relação entre tração, segurança e consumo.
Se o motor não provoca nenhuma forte sensação, também não faz feio. O desempenho é honesto para um utilitário de dimensões medianas.
Por isso, executivos da Toyota no Brasil consideram que existe um nicho em busca da sobriedade do RAV4, que custa R$ 92,5 mil na versão 4x2.
Ao ver a concorrência dar passos largos, a Toyota também se viu forçada a trazer do Japão a tração 4x2, que não era oferecida no mercado brasileiro.
De série, o RAV4 traz ar-condicionado digital, sistema de som manuseado no volante, direção elétrica, coluna de direção regulável em altura e profundidade, banco do motorista ajustável eletronicamente e conectividade para iPod, iPhone e MP3/WMA.
Cotada a R$ 107 mil, a versão 4x4 é mais recheada. Um dos diferenciais é o sistema que distribui o torque entre os eixos, proporcionando melhor condição de tração.
Além da tradição, o RAV4 sem dúvida ganhou mais fôlego para enfrentar a concorrência, principalmente a asiática, que disparou na oferta de SUVs médios no Brasil. São competidores diretos: Kia Sportage, Hyundai ix-35 e Tucson, Mitsubishi Grand Vitara, Honda CRV e Chevrolet Captiva, entre outros.