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terça-feira, 20 de março de 2012

Novo Toyota Camry muda e continua igual


Todos nós envelhecemos, não tem jeito. Chega uma hora que o modo de falar torna-se ultrapassado, as roupas saem de moda, as músicas são deixadas para trás e começam a ser chamadas de “clássicos”; esta é a evolução natural do ser humano. Com os automóveis não é diferente. Um dia aquela grade não irá agradar tanto quanto antes, o farol que era garantia de sucesso torna-se feio, o acabamento vira brega, etc. Porém, tanto para homens quanto para carros, as novas gerações chegam para renovar. Assim, a Toyota decidiu mudar o Camry.


O sedã grande, segundo a marca japonesa, vendeu mais de 14 milhões de unidades desde sua primeira geração, lançada em 1982. Em 2011 foram 726 mil modelos vendidos pelo mundo. No Brasil, porém, sua popularidade não é tão alta. Em 2011, por exemplo, foram 249 unidades comercializadas. Isso se dá ao fato da fabricante vende-lo como um carro de luxo, em uma versão única com preços bastante salgados.


Uma prova disto é a sétima geração do Camry, que começa a ser vendida neste mês de março por R$ 161.000. Um valor que assusta frente aos concorrentes. Entre eles, o novo Hyundai Azera que, mesmo sofrendo um senhor aumento, sai por R$ 130.000 e vem com teto panorâmico, quadro de instrumentos em 3D e 11 airbags. O Camry, por sua vez – além de não ter nada disto –, tem 5 airbags a menos.


Fora o concorrente sul-coreano, a Toyota ainda tem que encarar o Honda Accord, que mudou no Salão de Detroit e o Ford Fusion, também renovado durante o evento nos Estados Unidos. Ambos os carros ainda não chegaram ao Brasil, mas são mais baratos do que o Camry e saem por R$ 144.500 e R$ 107.360, respectivamente. Além disto, nenhum deles está aquém da novidade da Toyota com relação ao acabamento, conforto e motorização.

O que mudou?

Infelizmente, tudo. Aquele Camry do passado, com um visual bem acertado que conseguia até mesmo fugir um pouco do estilo “tiozão” foi deixado para trás. Isso porque a Toyota escolheu trazer ao Brasil o modelo mais “sem sal” do sedã, o mesmo vendido na Europa. O diretor comercial da montadora, Frank Peter Gundlach, explicou o porquê desta decisão: “diferentemente dos Estados Unidos (onde o carro tem o visual mais arrojado), no Brasil o Camry é voltado para o segmento dos carros de luxo”, disse Gundlach. “Por isso optamos também por trazer apenas o modelo com motor V6”, completou o presidente, deixando claro que não há espaço para uma versão mais barata do Camry por aqui.

Olhando de frente, ele tornou-se um carro “frio” e as novas grades remetem aos exagerados carros chineses. A parte traseira também passou por mudanças significativas, as lanternas (que antes mantinham linhas mais joviais) ficaram menos estreitas e passaram a cobrir uma área maior do porta-malas. Tudo temperado com muitas partes cromadas.

O interior também foi renovado e, acredite, quem viaja atrás vai gostar mais do que quem dirige. Talvez seja porque a Toyota aumentou em 4,6 cm o espaço para os joelhos dos passageiros. Os assentos traseiros também passaram a contar com ajuste elétrico para os encostos e controle do ar-condicionado e rádio por meio do repartimento entre os bancos.

Uma coisa deve ser colocada em evidência aqui: salvo exceções, alguém que paga R$ 161.000 num sedã não espera um material de má qualidade nas portas e no painel, por exemplo. O Camry padece deste mal. Os detalhes em “madeira de plástico” beiram a feiura e o console central poderia ser revestido de um material mais refinado do que o utilizado pelo Corolla (mérito para do sedã médio).

Impressões ao dirigir O que a Toyota deixou passar com o visual retrô do Camry, foi compensando pelo bom motor 3.5 com 6 cilindros em V e duplo comando de válvulas variável, o mesmo da geração passada, mas, segundo a fabricante, com algumas melhorias. O bloco é responsável por despejar 277 cv a 6.200 rpm e 35,3 kgfm de torque a 4.700 rpm. E não precisa de muito para fazer o sedã mostrar do que ele é capaz.

Em um test drive realizado pela marca em São Roque, no interior de São Paulo, tivemos a oportunidade de rodar cerca de 30 km abordo do Camry. Durante o percurso foi possível notar a boa “conversa” entre o motor e o câmbio automático de seis marchas com tecnologia ECT (que analisa as condições de uso do veículo), assim como o excesso de vento que entra no habitáculo pelas frestas das portas.

Mesmo sendo europeu, o estilo do novo Camry é de sedã americano com suspensão macia, volante grande e interior silencioso. Não tem como negar que o foco é o conforto. A direção pode ser ajustada eletricamente através de um botão na coluna, o ar-condicionado de três zonas tem saída para os ocupantes de trás e o tamanho do carro é um caso a parte. Tem espaço de sobra - para quatro pessoas.

Ele realmente conta com vários itens de série importantes como câmera de ré e sistema de som com conectividade para Bluetooth e smartphones. Tudo transmitido por uma tela de LCD de 7 polegadas. Mas, não conta com um sistema de navegação integrado. Seria demais para um carro nesta faixa de preço?

Como foi dito no início desta reportagem, o tempo passa, as gerações mudam, as pessoas e os carros tornam-se mais modernos. Mas, se tratando de alguns casos, é comum nos lembrarmos de como as coisas eram melhores e mais divertidas antigamente. Este é o novo Toyota Camry.
Fonte: iGCarros

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